*A população carcerária é predominantemente jovem: mediana de 28 anos para os homens e 31 anos para as mulheres. A maioria é solteiro, mas os homens presos casados ou amigados, são quase duas vezes maior o número do que as mulheres casadas. Houve diferença importante quanto à condenação de homens do artigo 121 (homicídio) entre viúvos (43,8%) e não viúvos (10,3%);
*Foi elevado o número de presos que tinham história de passagem pelo Juizado da Infância e Juventude. Foi também elevado o índice de condenação nos artigos relacionados ao trafico de drogas, principalmente entre as mulheres. O índice de reincidência, considerado cumprimento de pena por mais de uma vez, foi elevada entre homens;
*Mais da metade das mulheres (54%) havia saído condenada nos artigos referentes ao trafico de drogas, cuja pena variou entre 3 e 5 anos; já os homens são condenados principalmente por roubo (42%) e tráfico (35%). Cerca de 12% dos homens e mulheres não tinham idéia do quanto tempo de pena ainda tinham a cumprir na prisão;
*As mulheres mencionaram o fato de ter visitado alguém na prisão, antes de ser presa. Os homens presos afirmaram receber visita íntima num número três vezes maior do que as mulheres presas;
*A história de uso de drogas foi bastante elevada nessa população, principalmente antes da prisão. O álcool foi à droga mais utilizada antes de serem presos. Já na prisão, o uso da maconha predominou entre os homens e o uso de tranqüilizantes entre as mulheres;
*Os homens utilizaram um número maior de maconha e cocaína, 70% dos homens informaram uso de pelo menos uma das drogas antes da prisão e 33% na prisão.
Entre os que usaram drogas injetáveis antes da prisão (5,0% dos homens e 10,2% das mulheres), 18,9% dos homens e 33,3% das mulheres informaram uso compartilhado de agulhas ou seringa. Apesar da magnitude observada, não se detectou diferença estatística provavelmente devido ao pequeno número de observações. Na prisão, o uso de drogas injetáveis foi informado por 2,8% dos homens e não houve relato entre as mulheres.
Entre os homens, foram observadas maiores chances de uso tanto de álcool, como de cocaína e maconha.
*A magnitude é elevada nos dois sexos, com diferença significativa. As mulheres presas apresentaram chance 2,5 vezes maior de terem alguma doença sexualmente transmissível (DST) na prisão se comparada aos homens. A descrição do perfil dessa população permitiu identificar que ruptura de vínculos da vida social dessas pessoas ocorre em várias dimensões: baixa escolaridade, infração juvenil, uso de drogas, inclusive pelos familiares, e envolvimento no tráfico.
*Dos presos que ingressaram no sistema penitenciário em 2000, 55% trabalharam, quando criança, para ajudar no sustento da família; 42% interromperam os estudos para trabalhar; 38% referiram abuso de álcool e outras drogas pelos familiares; e 27 % tinham familiares que já haviam sido presos.
Com esse estudo da Superintendência de Saúde da Secretaria de Justiça - SUPS / SEJ - RJ, podemos ver o retrato do sistema prisional, e a importância de se realizar um trabalho de referência para atender a este público. Por este motivo o instituto GAFA apresenta-se para desenvolver esse trabalho de atendimento, acolhida e pesquisa.
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