Crianças e adolescentes que fazem uso contínuo de
crack podem ter o desenvolvimento cerebral comprometido, com impacto
direto na capacidade cognitiva, ou seja, na maneira como o cérebro
percebe, aprende, pensa e recorda as informações captadas pelos cinco
sentidos. Assim, é comum que usuários da droga apresentem dificuldades
de aprendizado, raciocínio, memória, concentração e solução de
problemas, o que afeta o progresso acadêmico, o comportamento e a
frequência escolar. “Eles tendem a ter histórias de prejuízo no
desempenho educacional, possuem menor probabilidade de ter um emprego
formal na vida adulta e maiores índices de envolvimento criminal do que
usuários de cocaína em pó”, afirma Felix Kessler, psiquiatra da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Usuários crônicos que estão em fase de desenvolvimento ainda podem
apresentar distúrbios de conduta, transtornos afetivos e alimentares,
além de transtornos ansiosos como fobia social e quadros de estresse.
Sintomas do Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) são
frequentes em usuários de substâncias psicoativas, como o crack, assim
como problemas de autonomia e habilidade para estabelecer relações
interpessoais.
Por não terem meios próprios para conseguir
dinheiro, crianças e adolescentes também estão mais suscetíveis a
adotarem atitudes de risco para comprar a droga, sendo submetidos à
exploração sexual comercial, em relações desprotegidas.
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