domingo, 30 de setembro de 2012

Chances são para o nível técnico, com maior demanda nos setores da construção civil e de alimento. Setor industrial brasileiro vai precisar até 2015 em 177 tipos de ocupações diferentes



Cerca de 7,2 milhões de trabalhadores de nível técnico e de média qualificação. É o que o setor industrial brasileiro vai precisar até 2015 em 177 tipos de ocupações diferentes. Os dados fazem parte do Mapa do Trabalho Industrial 2012, um estudo elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Nacional) e divulgado na última semana. Com salário médio inicial de R$ 2 mil, os setores de alimento, vestuário e construção civil são os de maior demanda.
De acordo com Márcio Guerra, gerente executivo adjunto de Estudos e Prospectivas do Senai/Nacional, a pesquisa engloba tanto a formação de novos profissionais como a formação de profissionais que já se encontram no mercado de trabalho. Guerra afirma que o estudo orienta o Senai a criação de 4 milhões de matrículas de cursos da área industrial.
“O que é quase o dobro das 2,5 milhões de vagas registradas em 2011. Portanto, essa expansão tomará como base os resultados do estudo”, diz.
O gerente executivo do Senai avalia que os resultados da pesquisa têm também como objetivo apoiar os jovens brasileiros na escolha da profissão e, com isso, aumentar suas chances de ingresso no mercado de trabalho.
“O intuito é lançar um olhar diferente sob o mercado de trabalho, um olhar mais à frente, para identificar onde estão as maiores chances de se conseguir um emprego”, observa.
Segundo o estudo, entre as ocupações que necessitam de cursos profissionalizantes com mais de 200 horas/aula, a maior demanda está no setor de alimentos. Conforme o Mapa, serão necessários 174,6 mil trabalhadores da indústria de alimentos (cozinheiros industriais) em todo o Brasil.
“O País precisará também de 88,6 mil operadores de máquinas para costura de peças do vestuário e  81,7 mil preparadores e operadores de máquinas pesadas para a construção civil”, relata.
O especialista do Senai informa, ainda, que entre as ocupações técnicas, o técnico de controle da produção lidera o ranking com demanda de 88.766 profissionais.
“Atrás, vem a de técnicos em eletrônica com 39.919 e a de técnicos de eletricidade e eletrotécnica, com 27.972”.

Qualificação – A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) vai abrir 2.740 vagas de cursos técnicos no primeiro semestre de 2013, entre eles, eletrotécnica com 665 vagas, eletrônica com 645, eletromecânica (520), mecânica (510), construção naval (150), máquinas navais (150), química (65) e petróleo e gás.
Para Rogéria Feitoza de Almeida, coordenadora técnica da diretoria de Desenvolvimento da Educação Básica e Técnica da Faetec, com o aquecimento da economia no Brasil e principalmente no Rio de Janeiro, o volume de negócios aumentou gerando elevação na produção industrial.
“E como os profissionais de nível técnico são os que estão ligados diretamente às linhas de produção, são eles que giram a máquina da produtividade”, constata.
Luana Dias, profissional de comunicação do Centro Nacional de Estudos e Projetos (Cnep), alerta aos jovens terem cuidados para não seguirem uma área apenas por ter bastante oferta de trabalho e bons salários.
“Nem sempre uma profissão que está em alta hoje permanecerá daqui a 10 anos. O 28º ano de vida é marcado pela crise dos talentos. A partir daí, as realizações dependem em 10% de inspiração e 90% de transpiração. Muitos talentos vão para o anonimato após os 28 anos”, constata.
Carlito Alves, de 18 anos, está no 3º ano do ensino médio da Escola Técnica Estadual (ETE/Faetec), no curso técnico em Telecomunicações: “ Só com o ensino médio não dá ”, relata o aluno.
Colega de turma de Carlito, Rayza Hanna, também de 18, diz que pretende arrumar estágio numa boa empresa.
“Este mercado remunera muito bem”, diz.
 Vagas para técnicos em eletrônica e de eletricidade e eletrotécnica estão entre as carreiras mais cotadas. Foto: Divulgação

O FLUMINENSE

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